quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

'Gêneros Textuais' - Português

Colégio Ferreira Master
Suzano, 28 de Fevereiro de 2013


Gênero Textual - MEMÓRIAS
Português
Profª Débora

Leia os textos e utilize o exemplo do quadro de gêneros para preencher sua tabela.


Livro: Aprendi com meu pai - 54 pessoas bem-sucedidas contam a maior lição que receberam de seu pai


Texto 1: UM PASSO DE CADA VEZ (Alberto Saraiva)


    - Filho, é preciso sempre caminhar, sempre para frente. Uma longa distância é percorrida passo a passo, um passo de cada vez. Por mais que seja complicado, não desista e você vai chegar.
    Quando penso no meu pai, essa frase, repetida nas várias dificuldades que tivemos, é a primeira que vem á mente.
    Nós vivemos em Santo Antônio da Platina, cidade pequena do norte do Paraná, até meus 17 anos. Eu sonhava em ser médico. Meu pai, em me ver doutor. Lá, as escolas eram fracas. Para preparar melhor os filhos, meu pai, em 1970, quis mudar para São Paulo. Me preparei para entrar na faculdade de Medicina. Prestei vestibular em cinco ou seis universidades. Não passei. "Não tem problema nenhum, nós viemos do interior agora, tudo é novo para você, continue", dizia meu pai, e acrescentava: "Lembre-se, não desista, a gente precisa sempre caminhar, um passo á frente de cada vez."
    Fiz então, mais uma vez, cursinho. Dessa vez, prestei em seis ou sete faculdades. Novamente não passei. Imagino que a maioria dos pais se renderia diante das evidências e aconselharia o filho a buscar outro caminho. Morávamos em um lugar que não era bom, pagávamos aluguel. A mensalidade do cursinho passava no nosso orçamento. Mas meu pai continuou me estimulando com o mesmo discurso. Segui adiante e, no terceiro ano em que prestei, entrei enfim na Santa Casa.
    Três anos antes, logo que chegamos a São Paulo, ele tinha comprado uma padaria, que foi vendida para investir em outra, no Belenzinho, bairro da zona leste de São Paulo. Essa nova padaria, comprada barato, era um caos - meu pai esperava fazê-la crescer e, mais tarde, revendê-la com bom lucro. No décimo-nono dia como dono desse segundo ponto, o gerente que ia ficar de plantão no domingo pediu a meu pai para ir a um casamento. Meu pai consentiu e ficou no lugar dele. Eu o deixei na padaria ás 16 horas. Ia buscá-lo à noite, às 23 horas. Mas, no meio disso, a padaria foi assaltada. Meu pai morreu. Nem ao menos pude me despedir.
    Foi uma tragédia, uma reviravolta em nossas vidas. Com 19 anos, eu, o filho mais velho, estava no primeiro ano de Medicina. Meus irmãos tinham doze e sete anos. Sem alternativa,tomei a dianteira. Comecei á ir diariamente á padaria para tentar levá-la adiante. Além da dor da perda do meu pai, tinha as dívidas do negócio para administrar - era mesmo uma padaria muito ruim, sem clientes, sem crédito, sem nada e ainda cercada de concorrentes. Os empregados faltavam, não havia produtos, eu não entendia do negócio.
    Tudo dava errado. Para completar, numa mesma semana, quebrei a perna e bateram no meu carro. Já fazia quase um mês que meu pai tinha morrido. Eu estava revoltado, bravo com Deus. Um dia saí de casa decidido a desistir do negócio e fechar a padaria. Peguei um táxi, lá pelas quatro da madrugada, e, no caminho, desabafei, contei toda a história do meu pai e da padaria para o motorista. Ele ouvia e não dizia nada. Chegamos. Quando fui me preparar para pagar a corrida, o taxista se despediu e falou: "Não desista, é preciso caminhar, um passo de cada vez". Não cobrou a corrida e foi embora.
    Eram as mesmas palavras que meu pai sempre dizia. Senti como se fosse um sinal. Entrei na padaria, um tanto entusiasmado com aquelas palavras. Rezei ali mesmo, pedi perdão a Deus, e isso foi uma mudança em minha vida. Criei coragem, disposição, vontade de vencer, reagi e comecei minha vida comercial. Tranquei a faculdade de Medicina. Trabalhei um ano naquela padaria, aprendi sobre o negócio, interessei-me pelo mundo da alimentação. Anos depois, montei o Habib's, que tem hoje 260 lojas e 14.000 funcionários. Se eu não tivesse perdido repentinamente meu pai, talvez nada disso teria acontecido. A morte dele me fez ficar diferente, tornou-me mais forte. Sou eternamente grato pelo tempo que convivi com ele.


A tônica do preço baixo dita o negócio do dono do Habib's, Alberto Saraiva.

Texto 2: MEU PAI (Biografia)

    Filho de uma família simples da aldeia de Velosa, no norte de Portugal, Antônio Saraiva teve cinco irmãos. Viviam daquilo que plantavam e dos animais que criavam numa casa simples, feita com as pedras da região. Antônio passou a infância e a adolescência ali, ate se enamorar por Maria Julia, sua vizinha da aldeia. Casado, começou a sonhar em seguir os passos dos irmãos, que emigraram para o Brasil em busca de uma vida melhor. Agiu. Fez as malas e organizou a viagem. Antônio, aos 23 anos, veio primeiro. Sua mulher, Maria Julia, aos 22, e Antônio Alberto Saraiva, primeiro filho do casal, com seis meses, juntaram-se a ele em São Paulo um ano mais tarde.
    Para sustentar a família, carregou caixas, teve carrocinha para distribuir pães da padaria que um primo montara. Interessou-se pelo comércio. Surgiu uma oportunidade de se tornar distribuidor de doces no norte do Paraná. Mudou com mulher e filho para Santo Antônio da Platina. Com o primário completo e uma perseverança acima do comum, progrediu. Sempre que podia, leva o filho em suas andanças pelo varejo da região.Para ajudá-lo a perder a inibição, incentivava-o a agir como comerciante. "Sem teorias nem conceitos de vendas, meu pai repassava sua experiência com base na prática e na intuição. Ele fazia amizade com os fregueses, ninguém comparava dos concorrentes, quem o conhecia se tornava cliente fiel. Meu pai era um mestre em relacionamento", diz o filho.
    Em 1970, Antônio achou que era hora de usar sua experiência num negócio próprio. Mudou para São Paulo e comprou sua primeira padaria. A família levava uma vida simples. "Ele foi muito transparente sobre nossa situação econômica. Sempre soubemos o que tínhamos e nunca vivemos a ilusão da aparência. Vamos ser felizes assim, meu pai vivia repetindo", relembra o filho. Na padaria, Antônio, o pai aproveitava para transmitir ao menino a ideia de que com a luta e trabalho tudo é possível. Também o ensinou a valorizar o dinheiro. "Primeiro você ganha para se estabilizar, depois o reaplica numa coisa boa, para só então pensar em gastar, aproveitar o dinheiro", dizia.
    Homem religioso, Antônio também passou sua devoção aos filhos - a ponto de, quando pequeno, o futuro fundador do Habib's ter pensado em ser padre. "A fé sempre fez parte da minha vida, desde que nasci", diz Antônio Alberto Saraiva, na esperança de que, no futuro, seus filhos tenham por ele o mesmo sentimento de gratidão que tem pelo pai. "Acho que um pai se realiza quando deixa boas lembranças e ensinamentos valiosos para os filhos".

Para concluir sua tarefa de casa, observe o quadro abaixo, complete o quadro que está colado em seu caderno e deixe um comentário abaixo, com seu nome, sobre o que achou dos textos estudados.



Bons estudos!
Profª Débora.


2 comentários:

  1. Escolhi o segundo texto.
    Blog muito legal!

    ResponderExcluir
  2. concordo! .........................................................

    ResponderExcluir